Belenenses vence S. Bernardo

Em jogo de apresentação aos seus associados, o Belenenses venceu o S. Bernardo por 32:30.

Se quisermos utilizar uma metáfora para descrever o jogo, ocorre imediatamente à mente uma Montanha Russa: muita velocidade e... muitos altos e baixos. De facto, a actuação do Belenenses foi extremamente irregular, com momentos muito bons e momentos muito maus. A leitura é todavia extremamente fácil: João Florêncio utilizou cerca de 20 jogadores, muitos deles ainda com idade júnior, correspondendo os picos exibicionais aos períodos em que os jogadores que supostamente irão ser mais utilizados alinharam. Alias, a própria marcha do resultado ilustra com clareza esta situação: o Belenenses entra na quadra com um 7 muito próximo daquele que teoricamente irá ser o ideal, vencendo por 5:2 à passagem dos 10 minutos de jogo. A partir dai e até ao intervalo, João Florêncio inicia a dança das substituições terminando os Cruzados a perder por 8:10 no final da primeira das 3 partes de 25 minutos . A irreverência da juventude precipita muitas vezes as situações de remate, algo que naturalmente a equipa adversária, neste caso o S. Bernardo, aproveitou para encetar uma série de contra-ataques mortíferos.

O reinicio do jogo mostra novamente um Belenenses mais seguro em termos ofensivos (não obstante uma exclusão de 2 minutos), nomeadamente através da mão quente de Pedro Spínola. Consequentemente, o Belenenses equilibra novamente o marcador, empatando o jogo a 13 golos quando estavam volvidos 32 minutos de jogo. Seguem-se mais substituições e, tal como na primeira parte, alguma desorientação ofensiva. Subitamente o S. Bernardo passa novamente para a frente do marcador, chegando mesmo a alcançar uma vantagem de 5 golos: 14:19, com 41 minutos de jogo decorridos. João Florêncio pressente o perigo, volta a fazer alinhar alguns jogadores mais experientes, e a tal Montanha Russa azul atinge um ponto alto. Com Tiago Fonseca em destaque, os Cruzados diminuem a diferença para somente um golo - 18:19 - no final da 2ª parte.

A terceira e última parte de 25 minutos, a melhor do jogo, acabou por confirmar a natural superioridade do Belenenses, e revelou que João Florêncio tem ao seu dispor 3 boas alternativas a Hugo Figueira: Vasco Ribeiro tinha já actuado a bom nível no decorrer da 2ª parte, exibição essa que se estende a João Bento e a Henrique Carlota.

Em termos ofensivos Pedro Spínola continuou a ser o mais prolifero (8 golos apontados no decorrer do jogo), embalando o Belenenses definitivamente para a vitória por 32:30. Tratou-se de uma vitória justa do Belenenses, apesar da prioridade do encontro ter sido apresentar a equipa aos associados e dar a conhecer todos os jogadores do plantel.

No final do encontro, João Florêncio afirmou ao Belém até Morrer:
"É evidente que estamos com muita carga física e não houve abrandamento. Ainda hoje de manhã treinamos. De qualquer forma isto era um jogo em que toda a gente tinha que jogar, era a apresentação da equipa e temos neste momento um plantel muito alargado. Os júniores ainda não começaram a trabalhar e quando o fizerem nós vamos ter dois grupos de 14, 15 jogadores a treinar em cada grupo. Isso dará outro tipo de ritmo e outro tipo de capacidade sobretudo de melhorarmos as questões de carácter táctico. Ainda não trabalhamos a defesa, e andamos hoje um pouco à procura da estrutura do ano passado para conseguir ter alguma consistência defensiva. Optar entre ter consistência na equipa e poder mostrar toda a equipa aos sócios. A opção foi essa. Agora é evidente que há aqui potencial mas há muita juventude e temos que ser tolerantes com eles, dar-lhes espaço e tempo. Estou convencido que as coisas vão melhorar".

Em relação à dinâmica que existirá em relação aos grupos que serão compostos, o técnico belenense afirmou ainda:
"Vamos ter 2 grupos de 14, 15 jogadores de um lado e de outro (seniores e juniores). Esses grupos não são fixos. Teremos evidentemente um núcleo base na equipa de seniores e os juniores irão andando de cima para baixo. Mas vamos tentar dar mais capacidade em termos de grupo e mais homogeneidade às equipas. Isso era depois se reflectir em termos de capacidade competitiva. Neste momento estamos a trabalhar com muita gente, os objectivos de treino passam sobretudo pelo trabalho em volume, nomeadamente ao nível do contra-ataque e da velocidade com vista a transformar a equipa e dar-lhe mais rapidez. E nota-se isso. Assim que tiramos o núcleo mais forte a equipa fica um bocado perdida, cada um passa a jogar um bocado para si e perdemos a nossa força colectiva. Nós temos que ser muito fortes colectivamente para conseguir depois jogar contra estas equipas. Evidentemente a estrutura do S. Bernardo esta toda aqui. Também rodou a equipa e tem muita juventude, mas tem cá a estrutura e nós andamos à procura dela".